Quando o passado bate à porta...
Vez ou outra, dou uma olhada em coisas antigas que escrevo. Diante de alguns textos, penso: "sassenhora, nada a ver. Cadiquê escrevi isso mesmo?". Outras vezes, dou até um sorrisinho maroto: "puxa, hein, ficou bacana isso". E um desses meus orgulhinhos (besta, sei) segue abaixo.
Esse texto foi escrito nas últimas horas de 2014. Estava eu sentada no chão do meu quarto (precisava carregar o netbook desesperadamente hehehe), pensando no que escrever como post de final do ano para colocar no ~feice~. De repente, um filme em preto e branco começou a passar na minha frente. Todas as cenas, os personagens, as emoções, as lágrimas. E ele foi sendo escrito nesse ritmo, cheio de drama, de momentos de suspense e com um grand finale.
Relendo, pensei em editar algumas coisas, mas achei melhor deixá-lo como originalmente publicado. Espero que você goste dele tanto quanto eu. E se emocione. E que, lá no final, após uma leve suspirada, você também tenha a mesma sensação que eu: a de que é pra frente, sempre, que se anda!
RETROSPECTIVA DA #NAPAULA
Quando 2014 tocou a ponta dos meus dedos, dizendo: “Vem...”, eu fui... com medo, mas fui. O ano de 2013 havia sido emocionalmente terrível pra mim, e não tenho vergonha de dizer isso: sou humana. Coisas boas e ruins acontecem a todos, eu não estaria imune. Apenas nos meus sonhos e nas minhas brincadeiras sou a Mulher Maravilha. Na vida real, essa maravilha de mulher aqui só tem um ‘poder’: o de crer que, apesar de t-u-d-o, Deus está no controle de todas as coisas, inclusive das que me causam e causaram dor. Ele daria um jeito, mesmo que eu não entendesse – e nem entenda–, muitas coisas...
E mesmo ainda olhando pra trás, 2014 me dizia: “vem, eu posso ser aquele ano que vai devolver o seu sorriso; posso ser aquele ano que te segurará pela mão quando você achar que não consegue mais seguir; posso ser aquele cafuné quando os seus travesseiros não forem o alento de que você precisa; posso ser o beijo de boa noite que você procura; eu posso ser...”
Eu não acreditava mais. Uma parte de mim havia desistido. Meus pés apenas caminhavam, seguindo o fluxo dos dias... E, quando eu me via sozinha (ou achava que estava), eu via anjos. Não aqueles com asas, dos desenhos animados: eram reais. Os amigos. Tantos e vindos de lugares que não imaginava. Mãos estendidas quando precisei. Ombros largos quando necessitava de apoio. Palavras, quando da minha boca já não saía som algum. Amor, quando nem eu mesma mais sabia o que era isso.
2014 me chamava pra dançar. Meus passos, tímidos, não seguiam o seu compasso. Ainda tropeçava nas minhas próprias pernas. 2014 foi paciente comigo. A cada parada, ele me esperava pacientemente. E quando eu teimava em não acreditar, ele me dizia: ‘eu posso ser, vem...” E eu fui... Devagar... Um dia de cada vez, e, a cada vez, um dia. Até que, quando eu dei por mim, já não doía tanto a caminhada. Já não era mais tão penoso o abrir dos olhos. A cada novo dia, a certeza de que era possível. Sim, 2014 podia mesmo ser aquele ano...
Se foi fácil? Não. Talvez nunca mais seja. Se está difícil? Já não mais tanto... Quando o dia do basta chega, e, graças a Deus, ele chegou, as pernas se tornaram firmes novamente. Já não dói mais caminhar sozinha. Caminho, e no salto! O rosto leve, de cabelos ao vento, carrega no batom e capricha no rímel. Na boca, sempre um sorriso. O coração, blindado, segue, agora, batendo forte e até feliz... O pensamento de que o amor machuca não existe mais. Quem nos machucam são as pessoas que não sabem amar...
2014 termina sua missão hoje comigo. Ele podia ser e foi. E se não foi mais, talvez a culpa tenha sido minha. Ele me dá um beijo na testa, um abraço apertado e me diz: “estarei, daqui a alguns minutos, apenas nas suas lembranças. Daqui, não poderei fazer mais nada. O que podíamos fazer, tentamos. Olhe pra frente agora: existem mais 365 dias pra você fazer tudo novo e melhor. Segure firme nas mãos que tocam os seus dedos agora. Não perca a fé (pois haverá dias difíceis). Não perca o foco (pois haverá momentos nem sempre tão bons). Não se deixe vencer pelo mal (por mais mal que haja). Não desista do amor (pois ele está à porta) e não tenha medo...”
Suavemente, sinto 2015 me convidando pra festa: “vem...”. Pisco os olhos para 2014 e digo: “obrigada!”, e sigo, sentindo 2015 me conduzindo rumo aos seus dias...
Daqui a 365 dias, digo como foi essa viagem. Que Deus nos leve em segurança.
Até lá!
4 Comentários:
Uauuu!! Que texto!! Me vi nele em um período anterior... continue a escrever, é bênção! Bju
Perfeitoooo!!! Você de fato é mais forte do que pensa!!
Lindoooo!!! minha poderosa favorita! te amo!!! ♥
Lindo texto, me descreve ...me identifico. Fico cheia esperanças e me renovou
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