quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

NaPaula, a máquina do tempo e Nanda e Duda...

A ciência pode até negar, mas nós, mães, inventamos a máquina do tempo há anos, e ela se chama "aniversário do filho".

Quer testar? Pergunte àquela que lhe deu à luz como foi o dia em que você nasceu. Ela vai parar o que estiver fazendo, vai olhar pro bebê dela novamente, lhe dará um sorriso lindo e contará, com riqueza de detalhes, tudo que aconteceu naquele dia - e até na véspera!

Ela vai dizer a você como ela estava vestida, o que comia quando as dores começaram, como foi chegar ao hospital (se é que você esperou até lá!), o medo da anestesia ou a dor lancinante do parto normal. E, com os olhos cheios d'água, ela vai se lembrar do seu chorinho e daquele mágico momento em que ela te viu pela primeira vez e já decorou todos os seus traços, inclusive seu cheiro único e especial.Pode ser que haja detalhes mais dolorosos, pode ser que ela não estivesse tão feliz, pode ser. Mas, no exato momento em que você foi posto em seus braços, tudo, absolutamente tudo, se tornou infinitamente relativo: só você, aquele serzinho tão indefeso e que exigiria cuidados extremos, importava. Talvez ela tenha chorado. Provavelmente, agradeceu a Deus, apenas balbuciando, por você ter vindo.

E é exatamente assim que me sinto hoje, quando Nanda e Duda completam 2 anos. Dois anos, gente, como passou rápido. Ainda consigo me ver acordando às 6h40 daquela segunda abafada. Estava muito cansada e inchada, muito mesmo. Eu já andava com dificuldades e sabia que poderia ser a qualquer momento, mesmo o parto estando marcado para a sexta, 21, 19h. Eu desci as escadas da minha casa devagar, minha mãe havia feito cuscuz amarelo e café, e, apesar da fome, senti um enjôo muito forte.

Me sentei à mesa, tomei o café e, ao me levantar, senti um tsunami descer pelas minhas pernas. Por um segundo cogitei o que toda grávida pensaria: fiz xixi! Mas algo lá dentro já sabia: não era. Havia chegado a hora.

Dei um sorriso e falei para o pai das crianças à minha frente: "avisa que você não vai trabalhar, pois a bolsa estourou!". Minha mãe, na pia, quase quebrou o copo (kkkkkk). Eu estava calma como nunca, o que é um relato bem recorrente entre as grávidas rs, e subi para me arrumar. Liguei pra médica, pras meninas do trabalho, corri pra postar a notícia no Instagram (obrigada, internet!) e liguei para a minha amiga-chefe. O pai não sabia para quem ligava primeiro: trabalho, mãe, corpo de bombeiros, exército... Eu já havia deixado tudo pronto. Tomei meu banho, pedi a Deus que corresse tudo bem, que desse tempo de chegar, aquelas coisas. Fiz as unhas do pé e da mão antes de ir (passei só a base, calma!), passei na casa da outra vovó, que também já estava aflitíssima, e partimos rumo à maternidade na Tijuca. Eu nada sentia: nenhuma dor, nenhuma pontada, nada. Só não entrei andando na maternidade porque as pernas doíam muito e eu morria de medo de que uma das meninas caísse de mim (olha as idéias!).

Exames feitos ("a bolsa está rota mesmo, vão nascer", disse a médica), era hora de esperar a obstetra. E, às 11h, aquela dor que eu já conhecia deu seus primeiros sinais: Fernanda, que havia rompido a bolsa, se encaixara pra nascer, só que Duda estava sentada! Às 13h, quando minha médica chegou, decidiu-se pela cesárea, já que não havia como garantir que minha 02 virasse para nascer. Mas tinha um problema: como o parto não estava programado, foi de "emergência", a equipe da dra Rosa não estaria disponível antes das 19h. Bateu o desespero: a dor só aumentava e se tornava quase insuportável. 

Mas Deus foi bom, como sempre é, e tudo deu certo: às 16h11, pesando 2.590kg de muita gostosura, Fernanda chegou. Aquele chorinho lindo me fez chorar também, mas, nessa hora, era de alegria. Às 16h14, pesando 2.450kg de fofurice, minha pequena Eduarda vinha para os meus braços. A partir daí, os sons ficaram confusos, a sonolência foi inevitável e eu só acordei no quarto, lá pelas 20h.

Minutos depois de nascerem, Nanda (à esquerda) e Duda bem pertinho de mim. 

Primeiras horas no hospital. Tão pequenas, tão lindas, tão amadas!

E se passaram dois anos disso tudo... Dois anos! A Terra deu duas voltas em volta dela mesma, pensa!

Os primeiros dias em casa foram tensos. Os primeiros meses também. Cuidei delas sozinha logo após a separação. Muitas vezes, tinha que escolher quem iria mamar e quem iria chorar, pois não havia ajuda na madrugada. Mas tudo passa, e vencemos juntas essa pequena jornada de 730 dias.
Minhas gatinhas com uma semana de vida! 

Quando descobri que estava grávida, e de gêmeas!, perguntei: "Por quê, Deus, por quê? Passei um ano tentando e nada, e agora, que não era hora de jeito nenhum, no pior momento da minha vida, isso acontece?!? O Senhor errou". Não veio resposta, não naquela hora. A resposta veio quando, cansada, extenuada, querendo sumir, elas me sorriam, e toda a força voltava novamente. A resposta veio quando, me sentindo tão só para uma missão tão grande, elas me estendiam os braços e diziam: "mamã, mamã". A resposta tem vindo todos os dias, quando me levanto a cada manhã e olho aqueles dois berços no quarto ao lado. E hoje, apesar de todas as dificuldades, ao olhar para elas, dou um pequeno sorriso, respiro fundo, olho pro céu e digo a Deus: Obrigada, o Senhor estava certo, eu precisava delas!


Nanda, Lipe e Duda: meus amores para a vida toda! 

Duda e Nanda na casa da vovó Leo: charme para os flashes!
Puxamos a mamãe: amamos praia!

Parabéns, meus amores, mamãe ama vocês para sempre... #NandaEDuda

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