NaPaula, a surpresa e a surpresa...
Havia sido um dia daqueles, e ela não via a hora de ir para casa. Olhou novamente o relógio: 18h30. Todos já tinham ido... Desligou o computador, deu uma ajeitada na mesa, apagou as luzes, deu uma última olhada em tudo e fechou a porta.
De sua sala até a saída, ela pensou no trajeto pra casa, nas coisas que precisariam ser feitas, naquela blusa que tinha visto na loja, mas não comprou (puxa, o preço estava bom, né, acho que volto lá amanhã...), em um sapato novo, no mercado que precisa ir... Até que uma "visão" parou todos os seus pensamentos... Ali, à sua frente, um sorriso lindo a esperava com uma florzinha na mão. "Vamos dar uma volta?", ele perguntou. E ela respondeu retribuindo com seu melhor sorriso, segurou a sua mão e entrou no carro. Saíram meio que sem destino certo. O trânsito entendeu o clima e engarrafou, só para que o tempo pudesse demorar a passar. Enquanto ele dirigia, ela contava como tinha sido o seu dia. Ele prestava bastante atenção e admirava seu senso de humor ao contar coisas chatas do cotidiano. Ela também o observava dirigindo e, entre uma frase ou outra, passava a mão no seu cabelo e no rosto, aquele carinho que ela sabia que ele adorava.
Pararam em um barzinho à beira-mar. A noite fresca os convidava a olhar a vista do lado de fora. Escolheram uma mesa, pediram algo pra comer e ficaram bem juntinhos, como se agradecessem por terem um ao outro. Depois dos inúmeros carinhos, ela disse que havia amado a surpresa, que estava muito feliz por estar com ele ali e que ele poderia fazer isso mais vezes. Ela segurou o rosto dele com as duas mãos, o olhou fixamente e o beijou, aquele beijo de amor tão intenso que até as almas se tocam. E ele também a beijou, a acolheu nos seus braços e a envolveu, dizendo: você é muito especial pra mim...
E só depois se deram conta do tempo que o tempo passou.
"Preciso ir, você sabe", disse ela. "Tudo bem...", disse ele um tanto quanto inconformado...
Ele pagou a conta, ela pediu um doce. Entraram no carro, risos tão felizes... A mão no cabelo, a conversa solta... O trajeto pareceu mais curto pra eles... Pararam em frente à casa dela. A necessidade de ir era proporcional à vontade de ficar. Ele soltou o cinto, a abraçou novamente, deu-lhe outro beijo, encostou a testa dele na dela, se entreolharam... Ela fechou os olhos, o abraçou e lhe deu um beijo no rosto, e ali ficou... Segundos que não passavam... "Preciso ir...", ela disse.
Um dia não haveria mais despedidas... Quando? Ela não sabia...
Ele saiu do carro, na tentativa de prolongar o instante. Ela abriu a bolsa, pegou a chave, ele a abraçou por trás e sentiu aquele cheiro de cabelo limpo que ele tanto gosta nela... A virou de frente pra ele, deu um outro abraço, só porque sabe que ela adora, e a beij...
- Moça! Moça!...
Ela abre os olhos sobressaltada! "Sim, oi, o que houve?!?"
- Chegamos...
Ela reconhece o portão, mas não há ninguém ali. Não há ninguém com a flor, não há sorrisos e nem abraços de amor... Paga a corrida, desce do táxi, abre a bolsa, pega a chave... Olha ao redor e entra. "Ah, NaPaula, um dia tudo se acerta", pensou.
Um dia.
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