domingo, 11 de setembro de 2016

NaPaula, a ficção e a realidade (ou vice-e-versa)

Eu sei, eu sei. Não ia dar certo. Não fomos programados para sermos um do outro. Pessoas certas, momento errado. Ou sempre fomos os errados tentando dar certo? Não sei. Será que um dia saberemos?

Resolvi sumir. Quer dizer, resolvi não ir mais atrás. Pra que iria? Por que iria? Tentamos algumas vezes, lembra? Não vamos negar que sempre foi bom. Se fosse ruim seria tão mais fácil. Seria tão fácil dormir sem pensar que você beija do jeito que eu gosto. E seria muito mais tranquilo pra você se eu não soubesse fazer aquele carinho que você adora. Que droga!

Mas a gente sabe que não vai dar certo. Você torce pelo meu time rival. Você gosta de frio; e eu, de calor. Você adora vinho e eu detesto bebida. Eu acredito em Deus e você é descrente de tudo. Não dá, não tem como ser, a gente sabe.

O que a gente não sabe é deixar de pensar um no outro. Como faço pra esquecer esse abraço acolhedor? E o meu cheiro impregnado nas suas narinas, como sai? Aquela gargalhada da madrugada, aquelas horas intermináveis no whatsapp, as músicas que ouvimos separadamente, mas lado a lado? Como apagar do nosso HD mental?

Como apagar a sensação do suor pelas costas, do beijo salgado, do oceano que se formava ao nosso redor? Como esquecer o silêncio ensurdecedor do que não dissemos? E como não dormir embalados pela calmaria do final do nosso espetáculo? Apesar disso tudo, desse todo, a gente sabe que não vai dar certo.

Claro que eu quis que desse! Eu tentei me ajustar ao seu tempo, mas os nossos horários não batiam. Eu tentei acompanhar seus passos, mas suas pernas são longas. Eu tentei ir mais devagar, mas você teve pressa.

Sim, eu sei: também não consegui ser a paz que você queria. Mas eu sou furacão e mar revolto, esqueceu? Você sabia disso, não se faça de bobo. E eu não sou domável, você sabe: Eu beijo de olhos abertos, pra te provocar. Eu tomo as rédeas, mesmo gostando do seu controle. Eu digo que preciso ir, mesmo ainda sendo hora pra ficar.

Eu sei que jamais encontrarei alguém como você, perfeitamente cheio de imperfeições. Agitadamente calmo. Tranqüilamente eufórico. Ogramente amoroso. E isso me sangra o coração. Porque eu queria muito que desse certo, eu queria muito que fôssemos nós, mas nossos pronomes são solitários e não conjugam juntos.

Da última vez que nos vimos, tudo foi muito tenso e intenso. Por que sempre brigamos?!? Prefiro aquela parte do silêncio das bocas unidas, quando nossas mãos se encontram e falam por nós...

Você disse que precisava ir. Eu implorei que você ficasse. Na tentativa de impedir o inevitável, pedi que o tempo parasse. E mesmo diante dos meus olhos suplicantes,  ele seguiu seu curso, e eu vi você sumir, deixando apenas aquela vontade latente, aquela necessidade exigente de tudo outra vez. Mas que vez? Que outra?

Não vamos dar certo. A gente sabe. Mas, se você quiser, eu erro tentando acertar...

#saudade





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1 Comentários:

Às 14 de setembro de 2016 às 09:03 , Blogger Ana Santos disse...

Ah, NaPaula.... O que comentar depois de tudo que foi dito?

 

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