sábado, 7 de maio de 2016

#NaPaula, o Dia das Mães e o ser mãe...

Eu tenho três filhos, como você sabe: Filipe, prestes a fazer 14 anos, Fernanda e Eduarda, as gêmeas mais lindas da minha vida, com 2 anos e (quase) 3 meses. Ser mãe deles é assustadoramente fantástico e explico:

Filipe é aquele pré-adolescente típico, que acha que sabe tudo, acha que não precisa de ninguém, que acha que o mundo só começou a existir a partir do dia que ele nasceu ("mãe, na sua época tinha televisão?!?"). Vejo-o passar horas e horas agarrado ao celular, distraindo os olhos nas conversas de grupo do whatsapp ou em jogos de tiros (o-d-e-i-o) ou no ~feice~, vendo os mais diferentes vídeos, dos mais idiotas aos mais legais (acho bem pouco os "legais"). E sabe o que percebo? Eu também era assim! Não tinha internet, óbvio, então eu ficava "agarrada" ao rádio (3 em 1, meu bem, coisa de última geração!), esperando minha música preferida tocar pra eu poder gravar na fita cassete e ouvir no meu walkman que minha mãe havia encomendado à vizinha que trazia quinquilharias do Paraguai. Todo mundo teve, tá, não ri de mim, não!!! Na minha época, a gente tinha diário, escrevia o dia inteiro nele e trancava com cadeado. Eu também ficava deitada olhando pro nada. Pro nada. Eu era estranha! Hahahaha...

Quando descobri a gravidez das meninas (que até então achava ser um bebê só), fiquei desnorteada por várias razões. Uma delas é a mais boba: vou saber ser mãe de novo? "Como assim, NaPaula, você já era mãe, esqueceu?!?". Pois é, já era. Mas como seria ser mãe de novo depois de ter esquecido como era não dormir mais, se o choro era de fome, cólica, vontade de ficar no colo ou nada, só choro mesmo?!? Como era trocar fralda de novo, limpar "pepeca" (quem teve menino e, depois, menina, entende essa questão kkkkk), dar peito pra duas?!?

Pois é... Reaprendi muita coisa com Nanda e Duda, sabe. Muita mesmo. Redescobri minha força, aprendi a dormir apenas 40 minutos por noite e a dormir sentada, apesar de acordada. Lembrei de como era ter o peito rachado por conta da amamentação, e como a necessidade de alimentar a cria me fazia trincar os dentes e deixá-las felizes. A segunda gestação me fez menos estressada com muitas coisas e mais prática também. Não comprei aqueles conjuntos de berço pomposos, lindos e caros, porque já sabia que o pediatra mandaria tirar e que, no fundo, são apenas bonitos, mas juntam muita poeira. Que o banho podia ser quentinho no chuveiro e que não precisava ferver água, soprar, colocar termômetro depois dos 3 meses... Com Nanda e Duda, perdi noites de sono em dobro, tive sono ao quinteto durante o dia, mas ganhei em quantidades imensuráveis beijos, abraços e "mamãs".

O Dia das Mães é todo dia, a gente sabe, porque só quem é mãe entende a rotina pesada de uma mulher que precisa gerenciar vidas tão preciosas e das quais terá que dar conta um dia. Mas é muito bom ter um dia só nosso pra ter mimo à vontade (mimo = poder não fazer nada, porque, esse ano, não dei dinheiro pra comprar presente).

Talvez você não tenha filhos ainda e, por isso, ache chato alguns cuidados que sua mãe tenha com você. Talvez você deteste o jeito dela te proteger, não entenda o porquê dela falar sempre a mesma coisa e pensa que tudo é um blá-blá-blá desnecessário. Normal, eu também pensei assim até os meus 27 anos. Mas tudo mudou naquele dia 29 de junho de 2002, às 23h05, quando Filipe me foi entregue nos braços, depois de quase 12h de trabalho de parto. Nasceu com 51cm, pesando 3520kg. Um meninão! E assim que a enfermeira o colocou no meu colo, ainda todo sujinho, daquele jeito mesmo eu o beijei e o cheirei, e aquele registro entrou imediatamente no meu cérebro e o botão "mãe" foi ligado. Chorei copiosamente e entendi, naquele exato momento, o que minha mãe sentia quando brigava comigo, querendo que eu escolhesse o certo, fosse uma boa pessoa, não andasse com "fulana": amor. Um amor maior que nós mesmas, um amor inesgotável, um amor que jamais teremos por ninguém. E, baixinho, eu disse: mãe, agora eu te entendo! Me perdoe...

Eu tive a oportunidade de contar isso pra minha mãe depois. E ela ficou com os olhos cheios d'água. Mas você não precisa esperar ser mãe para, amanhã, dia dela, entendê-la um pouco mais. Não espere ser mãe para respeitá-la. Não espere ser mãe para parar de revirar os olhos e fazer careta enquanto ela fala pro seu bem o que ela pensa.

Nós, mães, não recebemos manual de instrução quando os filhos nascem. A gente erra, erra muito. Dá amor demais ou de menos, dá broca demais ou de menos, dá colo de menos ou demais, dá presente pra compensar ausência, dá poucas horas de atenção, porque trabalha muito... Mas a gente erra querendo acertar, você vai descobrir isso mais pra frente. Aproveite pra perdoar sua mãe também. Talvez a história de vida dela a tenha endurecido muito e ela não conseguiu ou não consegue ser como aquela mãe melosa da sua colega. Mas é sua mãe. Seja você uma mãe diferente quando tiver seus filhos.

E talvez você não tenha conseguido ser mãe de maneira natural. Talvez você tenha adotado ou preferido cuidar de um sobrinho como se fosse seu filho. E ele é! Nasceu no seu coração, não veio da barriga. Você não deu peito, mas o alimentou com o mesmo amor. Você não esperou por 9 meses, mas o espera chegar da escola com a mesma preocupação e felicidade. Você é mãe!

Talvez você não tenha mais o seu filho. A dor que ninguém quer sentir você sentiu. E eu só posso te abraçar virtualmente agora e dizer: você experimentou o maior amor de todos. Nunca deixará de ser mãe, mesmo não tendo o fruto do seu amor nos seus braços ou perto. Você é mãe!

Talvez você não tenha mais mãe. Talvez ela tenha partido quando você era pequeno. Talvez tenha sido recentemente. As mães sempre vão cedo demais, por mais idade que tenham. A gente sempre cabe no colo delas, né, sempre há beijos, mesmo sendo nós adultos. Tem carne cortadinha, tem a comida preferida, tem o amor... E você a amou e foi amada, e isso não tem tempo que leve...

Enfim...

Ser mãe é muito bom. Cansa, desanima, dá vontade de sair correndo, dá vontade de dar uns tapas, dá vontade de dar uns gritos... Mas é muito bom. Você gasta uma grana fenomenal, você faz conta, ajusta finança, mas é muito bom. Você não faz mais os passeios que faz, mas faz passeios novos. É bom. Você se vê "velha" diante de palavras novas ou de coisas que você fazia e que hoje é "mico". Mas é legal. Ter a casa cheia de coleguinhas do filho te chamando de tia é dose, mas é bom ver que eles gostam de você e falam "sua mãe é maneira". ("Maneira" ainda é algo legal, né?!?)

Enfim...

Ainda terei muitos Dia das Mães pra comemorar. As festinhas do Filipe acabaram, mas voltei a me emocionar vendo Nanda e Duda dançarem uma música que elas não fazem idéia do que a letra diz, mas que só o sorriso delas traduz tudo!

Amanhã, minha mãe vem almoçar comigo. Farei o almoço. Nada muito rebuscado, mas terá gratidão, abraço, uma mesa com alimento e um dia feliz. O mesmo dia que eu desejo que você tenha!

Feliz Dia das Mães!





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2 Comentários:

Às 7 de maio de 2016 às 21:58 , Blogger Unknown disse...

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Às 7 de maio de 2016 às 21:58 , Blogger Unknown disse...

Lindo ! Simplesmente lindo !

 

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