terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um cara de sorte, ela e tudo o mais...

Às vezes, eu nem acredito na sorte que eu tive ao te conhecer. Eu pensei em não ir àquele encontro, acredita? Acho que já te contei isso mil vezes, e olhando você agora, enquanto faz o café, me peguei relembrando isso...

Aqui nunca estamos sozinhos, e isso enlouquecia você no início. Estranhei ter outros olhos que não (só) os seus me olhando, mas como não me encantar com os seus olhos nos olhos daquelas ‘napaulas’ minúsculas que correm pela casa querendo atenção? Não sou eu um homem de sorte, tendo mais de uma mulher atrás de mim? (risos)

Sim, eu sou um cara de sorte. Esse teu sorriso, que me incendeia por dentro, é meu. A tua gargalhada mais gostosa sou eu quem ouve. É nas minhas mãos que você segura quando a cena do filme é mais tensa, e são nos meus dedos que você toca, quando quer chamegar, naquela brincadeira gostosa que só você faz. Que sorte a minha!

Quando estamos juntos, naqueles dias frios, você sempre procura os meus pés para esquentar os teus, e é inevitável não ter aquela guerra de dedos por debaixo do edredom. A gente sabe como acaba isso, né, e, novamente, sou eu que estou lá...

E sou eu quem escuta tuas lamúrias por um dia não tão produtivo e sou eu quem te abraça, dizendo: “Ei, vai passar”. E como eu sei que você gosta disso. Sou eu que finjo não estar ali, esperto que sou, em teus dias de tempestade. Eu também tenho os meus e te entendo. Você é porto pra mim nisso também...

Ah, e como é bom saber que são só pra mim as mensagens de bom dia e as músicas do Michael Bublé que você manda. Elas embalam meus sentidos, me levando de volta a você. Que cara de sorte eu sou...

Lentamente, o cheiro do café vai me trazendo de volta para o nosso ambiente de muita cor e vida, cor e vida que minha vida cinza e solitária tanto queria. Olho pra você: mecha solta do cabelo sobre o ombro, aquele olhar de “Que foi?” e um sorriso escondido nos olhos... "Nada", respondo. "Só pensei em como sou um cara de sorte..."

Da série "Textos para sonhos reais", parte 1. Ao som de Sintomas de saudade (A sua), Marisa Monte






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