sábado, 25 de junho de 2016

NaPaula, o que dizem e o que ela vai fazer

Dizem que eu preciso sair, que essa rotina filhos-casa-trabalho-casa-filhos ainda vai me matar. Não a morte morrida, mas a morte da vida. Aquela morte de ver, viva, as coisas morrerem diante de nós, indo embora, sem experimentá-las.  Reflito.

É, talvez eu precise mesmo dar uma volta, já que nem me lembro mais quando foi a última vez que me diverti. Mentira, lembro sim! Foi com a Ana, já tem um ano e como rimos! Mas, no meio da noite, eu (e ela!) só pensava em ir pra casa para dormir. Gente, dormir é muito bom. Se eu puder te dar um conselho, é esse: durma! Durma muito. E, se você acordar, volte a dormir, nem que você finja que está dormindo. Eu já fiz isso: acordei, achei um absurdo estar com os olhos abertos aquela hora e "voltei a dormir", só que o bendito relógio biológico não me deu trela, pois a mente já estava acordava. Só de raiva, fiquei deitada (até quando pude) de olhos fechados. Por dentro, estavam abertíssimos, mas eu os fechei pra mostrar quem manda nessa bagaça aqui, ora bolas!

Enfim... Voltando... Acho mesmo que eu preciso sair. Nem que seja pra dar uma volta no shopping, "olhar as modas" (até porque comprar está difícil), caminhar, 'deslembrar', nem que seja por pouco tempo, da minha rotina de mamadeiras, fraldas, choros e lágrimas infantis. Não, meus filhos não são culpados por eu estar mais "caseira". E jamais jogaria  neles essa "culpa". Às vezes, falta companhia. Falta A companhia. Falta grana, falta tempo, falta planejamento. Falta vontade, falta querer ir. Mas eu vou, ah, vou. Ao cinema, ao Manoel e Joaquim (sopa de siri, que saudade de você), à praia. Ao shopping, vou também. Vou bater perna até que não consiga mais andar. Vou. Vou mesmo. Vou com certeza. Vou experimentar roupa, sapato, bolsa. Vou me divertir rindo no teatro. Vou entrar naquelas lojas de móveis e sonhar com vários itens na minha casa. Vou também às de material de construção, para planejar a reforma na Portos Imperium, adiada com a "reforma" que Nanda e Duda fizeram na minha vida quando descobri que elas estavam vindo.

Vou a lojas de esporte também, imaginar NaPaula fitness, (mais) magra, sarada e com cara de mamãe de instagram que nunca tem problema! Vou, vou sim. E vou dar uma olhada em brincos novos e anéis também. Acho até que me permitirei comprá-los, afinal de contas, né, a gente trabalha tanto, merece uns mimos vez ou outra. E eu mereço muito! Se mereço! Ô!

Vou passear livre, a passos lentos, admirando a paisagem tão diferente do trio sala-cozinha-quarto que tanto tenho visto nos últimos anos. Vou! Vou sentir o vento no rosto, o esquentar do corpo ao sol de inverno, vou deixar o cabelo ficar bagunçado, enquanto toca minha música preferida na playlist do Spotify. Vou, vou mesmo! Preciso ir.

Vou ver gente, ouvir os sons de suas vozes, redescobrir o olhar. De repente, por um desses acasos, a gente se encontre também. Ou se reencontre. Tantas histórias, tantas memórias, tanta coisa...

Eu sei que você que está lendo diz internamente: isso mesmo, NaPaula, vai! Vai viver a vida, você tá nova... Vai, minha filha, vai sim!

E você tem razão! Vou mesmo! Vou e pronto. Vou colocar uma roupa legal, caprichar na maquiagem, no perfume e no sorriso. Vou, com certeza! Só não vai ser hoje. Porque hoje, meu bem, eu só quero dormir!

Boa noite!


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