quarta-feira, 20 de março de 2019

Pegadas na areia dos sonhos...

Ela abriu os olhos na manhã daquele sábado sem saber se estava sonhando ou se era real tudo que se passara na noite anterior.

Depois de tanto tempo, tanto tempo mesmo, ela se permitia sorrir com a alma e deixar o sol de um sentimento bom invadir seu coração. Depois de ouvir tantas conversas vazias, aquele tom de voz parecia cheio de tudo que ela queria: um amor pra viver...

Ao seu lado, ele. Sono profundo. Ela fecha os olhos e ri. Abre e dá de cara com aquele mar castanho arrebentando contra as suas pupilas. “Bom dia”, eles dizem juntos. E riem. Daquelas alegrias bobas que todo mundo gosta pela manhã...

Os planos são andar por aí e ver o mar, uma paixão de ambos. Tantas coisas em comum. Ok, os times são rivais. Ele votou no Meirelles. No segundo turno, nem falam, pra não dar briga. Ela é radical. Ele radicalmente nem aí.

Smack.

Entre um gole de café e os sorrisos, há os beijos. E os abraços. A pressa. A posse. O chão. E o céu azul que os espera lá fora. O vento da liberdade alada os impulsiona. E lá do alto ele mostra pra ela tudo de que tanto gosta. O seu reino. As suas cores e águas. Tiro certeiro: ela se deslumbrou com tudo que poderia ser...

E os planos felizes vieram. E também trouxeram dúvidas. E houve a pausa. “Como vai ser?”, “Como seria?”, “Eu vou ou você vem?”. Uma ponte de incertezas. E ninguém foi.

A barca emocional dos sonhos que não se realizam a trouxe de volta. Ela não olhou pra trás. Ela nunca olha. Aprendeu a seguir em frente, mesmo que quisesse ficar. Ela sabe que não há espaço ali.

De lá, só a lembrança do que poderia ter sido e as pegadas na areia das emoções que ambos pisaram...


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