terça-feira, 30 de agosto de 2016

NaPaula, Nanda e Duda e o nunca é em vão...

As meninas estão com 2 anos e 6 meses. São lindas, um charme e bem agitadas. Mas, de uns tempos pra cá, algo me incomodava: elas não ‘falavam’ ainda. Quer dizer, falam, mas aquela língua de bebê bem embolada. Consigo entender o que “dizem” por intuição materna, muitas vezes; claro que ‘falam’ algumas palavrinhas, como mamãe, água, pooca (pipoca), Piipe (Filipe, o irmão), Ico (Rico, o nosso cachorro), entre outras. Mas não fazem frases infantis. Para piorar, sempre ouvia: “nossa, elas ainda não falam? Fulaninho, com menos idade que elas, já fala pelos cotovelos”. Odeio comparações, mas até eu já me vi fazendo contas, tentando lembrar quando meu mais velho começou a falar.

A escola delas também me sinalizou esse “atraso”. Fiquei ainda mais arrasada. Impossível não colocar na bolsa de culpas materna mais alguns itens: “Será que isso tem a ver com a depressão na gravidez? Será que fiz alguma coisa pra que elas não falassem? O que será que EU fiz...

Enfim...

Passei a falar ainda mais com elas, não as deixo mais tanto tempo vendo desenho, procuro ser mais didática, tentando associar o que elas gostam com cores e palavras (“olha, filha, o céu é AZUL”). – Atenção: se tiver algum profissional na área lendo esse texto, não ria. Aqui é uma mãe tentando ser professora do maternal rs

Bem... Ontem, foi dia de pediatra. Consulta de rotina, graças a Deus. Após aquela bateria de perguntas e respostas, mostro à médica o relatório da escola e peço uma orientação quanto à indicação a uma ‘fono’ ou até mesmo a um psicólogo. Ela lê atenta, ri de algumas observações e pede que eu me tranquilize, que ‘observemos’.

Volto pra casa, rotina de sempre. Mesmo cansada, sento no chão com elas, leio revistinhas, canto, bato palmas, mostro figuras coloridas na tentativa de que elas “decorem” as cores. Em vão. Mostro um objeto vermelho, e Nanda, sorridente, diz: “alalelo”. Mostro um azul e ela diz: “memeio”. Rio junto, não sei se de mim, no papel de pseudo-pedagoga, ou se dela, com aquela cara linda e um sorriso cheio de dentinhos...

Vamos dormir. Dessa vez, na minha cama, pela primeira vez depois de “grandes”. Estavam enjoadas no berço e eu já cansada de tantas idas e vindas ao quarto delas. Apagaram, que maravilha. Eu nem tanto, mas deu pra descansar.

De manhã, no meio daquela correria toda de arrumar as duas para a escola, eis que Nanda se aproxima da cabeceira. Fico com um olho em Duda e outro na bonita lá, que está mexendo nas coisas. Ela pega um dos meus porta-retratos coloridos e me chama: “mamãaae”. Eu respondo: “oi, filha”. E ela me mostra o porta-retrato: “oxo”. Dou um sorrisão, digo que ela está de parabéns, que a cor é roxo mesmo, que lindo! Ela ri e o coloca no lugar. Duda quase pronta, e ela me chama novamente, mostrando outro porta-retrato: “alalelo”. Morro de orgulho, vou lá e dou um agarrão nela, falo “muito bem, isso mesmo, amarelo!”.

Desço com ambas, que seguem pra creche. E o rostinho de Nanda falando as cores não saem da minha mente, e penso: “não é em vão”. Não é em vão quando chego tarde e ainda dou o meu (pouco) tempo a elas, ali, sentada no chão, seja brincando de contar histórias, seja tentando algo mais ‘pedagógico’. Não é em vão decorar todas as músicas do Show da Luna e saber cantar com elas. Não é em vão dançar “Tchutchuê” na sala e ver a cara de interrogação do vizinho da frente diante de minhas tentativas de acertar a coreografia. Não importa se pego trânsito, se vou amassada no transporte público, se ainda vou ao mercado depois do expediente, mesmo morta de cansada. Não importa. Importa é saber que cada sementinha que eu planto, regada com paciência e amor, surte efeito no tempo devido.

Por isso, repita sempre: não é em vão! Não é em vão toda sua dedicação no trabalho. Não importa que seu chefe não tenha visto. Não importa que você não ganhe mais por isso nesse momento. Na hora certa, a recompensa vem. Também não é em vão seus anos de dedicação aos estudos. Não importa ter perdido algumas saídas bacanas. Na hora “daquela vaga”, isso será o seu diferencial. Não importa se dedicar tanto à sua família, à sua casa. Quando longe, é para os seus braços que eles querem voltar, é para esse pedaço de paz que eles querem ir...


Não deixe nada esmorecer você. Nada é em vão...


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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Bom é ser pai...

Talvez você estranhe o tom do texto, talvez não o ache engraçado e talvez ele nem seja mesmo para rir. Quem sabe valha como reflexão para você que quer ser mãe ou você que queira ser pai e não tem a exata noção do que te espera. Sim, os papéis são diferentes, mas ambos igualmente importantes. Pena que nem todo mundo entenda isso muito bem... Vamos lá...
Dia desses, conversando com algumas amigas separadas, que também são mães, ouvi delas relatos chocantes sobre a existência de uma figura que denominamos de "pai-fantasma" ou "pai-Porcina" (o que era sem nunca ter sido, slogan da personagem icônica da novela Roque Santeiro). Pois bem... Pareciam os mesmos tipos, sempre, incrível, mesmo uma pessoa nem conhecendo a outra. A similaridade de situações me fez pensar que alguns homens fazem curso para serem maus pais, e todos se formam com louvor. Então, diante de tantas reclamações, cheguei a uma conclusão: bom é ser pai. E explico abaixo:
Ser mãe é muito ruim, principalmente após a separação do casal. Mãe tem que colocar regras, mandar estudar, implorar pro filho fazer o dever, cuidar das suas coisas, dar educação. O legal é ser pai, que aparece quando quer e diz: "Deixa a criança se divertir um pouco, só estudar, estudar, estudar é chato". Paizão, claro! 
Ser mãe é muito ruim, ainda mais quando ela resolve refazer a vida. Legal é ser pai, que está feliz e pimpão com a vagabunda de 8a (porque nem de 5a serve pra ser) ou com a coitada que não sabe absolutamente nada sobre o "bonito" e está achando que com ela vai ser diferente. A mãe quer namorar, mas pra quê?!? O amor dos filhos não basta?!? Quer namorar pra quê, mãe?!? Você não tem autorização da sociedade pra ser feliz de novo, não mesmo! Até porque, provavelmente, a culpa pelo fim do casamento foi sua: quem mandou não agüentar calada os maus-tratos, as traições, a indiferença?!? O amor tudo suporta, lembra?!?, quis seguir a vida, agora agüenta!!!
Pois é... 

 

Ser mãe é muito ruim... Ainda mais quando a mãe trabalha, está com as contas em dia, mas pede ao pai que pague a pensão, afinal de contas, os gastos são muitos! Mas, puxa, tadinho do pai, formou uma nova família, não tem como "bancar" as duas. Então, mãe, você precisa ser mais compreensiva e entender esse momento difícil. Você precisa entender que ele não tem dinheiro para o lanche dos filhos, para o sapato deles, para ajudar no plano de saúde, no leite, nas fraldas, mas, para o carro novo dele, teve dinheiro, afinal, né, precisa ter. Para comprar as rodas novas do possante também teve dinheiro. "Preciso chegar bem nos lugares", ele disse. Não tem dinheiro para comprar a roupa de frio da criança (quem mandou perder as outras tão rápido?!?), mas o iPhone 7STXZ comprou, porque todo mundo da sua patota tem, e ele não pode chegar com um Samsung! 
Pois é...

 

Ser mãe é muito ruim, principalmente quando o filho fica doente. Ela não dorme direito, verifica febre, dá remédio, controla temperatura, se preocupa, liga pro médico... Mas o legal mesmo é ser pai, que até "ajuda" a comprar o remédio, mas leva só um, né, porque o outro estava muito caro... E deixa o "caro" pra mãe. E a mãe, que passou a noite em claro, tem que chegar "inteira" ao serviço no dia seguinte, senão o patrão acha que ela não dá conta por ser mulher. "Vive cansada essa aí, não sei por quê!", ele diz. É... coitada...
Pois é...

 

Ser mãe não é legal. Ela combina de sair com os amigos, afinal, é o final de semana do pai. Tudo certo, ela já está arrumada, tudo pronto pra dar uma desestressada. Aí faltando 10min para o pai chegar, ele liga, avisando que não vai. E desliga. Lá vai a mãe tirar a maquiagem, trocar de roupa e assumir seu papel de sempre. Quer sair pra quê? Ser mãe é padecer no paraíso e não ter descanso mesmo. Mas o pai? O pai não pôde ir buscar os filhos porque tinha um compromisso em uma pousada com a atual-futura-ex. Ele não poderia perder essa oportunidade, não é mesmo?!? É homem, né, você entende.
Aí, diante de tantas outras histórias, eu pensei: ser mãe não é legal. Bom mesmo é ser pai...




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