sexta-feira, 20 de maio de 2016

#NaPaula e o que ela merece...

"Mereço alguém que não abandone a conversa mesmo quando não mais tiver assunto pra continuar. Alguém que faça questão de sentar ao meu lado, que reverse o olhar, o abraço e a vida pra mim, que sempre encontre um espaço e um tempo pra me encaixar mesmo que a rotina seja bagunçada e o tempo curto demais. Alguém que confira se tranquei as portas, e se desliguei o café, porque eu sempre esqueço. Alguém que saiba que amar não é obrigação, que zelar é um gesto importante e que o amor não se acaba com os erros. Alguém que tenha paciência comigo, que aceite o meu atraso, porque sempre fui indecisa em escolher a melhor roupa pra não fazer feio. Alguém que entenda a minha mania de ansiedade. Alguém que apareça com um par de ingressos pro show do Nando Reis, que me leve pro cinema sem data ou hora marcada, que me faça bem, que me tire da cama e me apresente aos lugares, aos amigos e ao mundo. Alguém que me abrace mesmo suada, que me beije de manhã cedo sem pensar em bafo, que acaricie minha nuca e que, ao mesmo tempo em que me olha, diz com um só sorriso que sou importante, sim.
Mereço alguém que me encare quando eu estiver distraída, que sorria da minha cara de preocupada e de assustada, que me ligue pra narrar o seu dia, que encoste o ombro no meu peito enquanto faz frio e o filme passa. Alguém que não precise de mim apenas nos piores momentos, mas que precise de mim sempre. Alguém que não tenha vergonha, nem orgulho, que some e não suma, que fique e não desapareça, que me entorte a cara se eu disser bobagem mas que, ao menos, me permita dar um beijo como desculpas. Alguém que me faça sorrir sem se preocupar, nem se importar se meu cartão de crédito está no vermelho ou se vou ter que pagar duas cadeiras na faculdade. Alguém que me faça esquecer os problemas só em sorrir pra mim e que me deixe com aquela sensação ao voltar pra casa de que o meu dia está ótimo, mesmo quando esteja uma droga. Alguém que encontre nos piores momentos uma lição, e que nos melhores momentos encontre sempre um bom exemplo pra melhorar nossa relação. Não mereço alguém que não sabe o que quer, mereço alguém com certezas. Mereço alguém que seja sincero comigo e principalmente, que se entregue por inteiro, porque eu não estou aqui pra receber metade de ninguém.
Não mereço alguém de conversa mole, que enrole, com meias palavras e cheio de desculpas. Não mereço alguém que me dê mais perguntas do que certezas, que seja a causa e não a solução pros meus problemas. Mereço alguém que troque seu domingo de praia por um domingo em casa, que acorde tarde e que use os meus chinelos sem se importar se são dez vezes maiores que seu pé. Alguém que repare o tempo, mas que não tenha medo dele, que tenha mania de ler as noticias dos jornais (...). Alguém que largue as roupas pela casa, que estenda a toalha no varal meio bagunçada, que se sinta bem comigo e que (...) me procure. 
Alguém que chegue logo, que sempre adie a hora de ir, que fique pra agora e que vá só depois que a saudade se acalmar só um pouquinho. Alguém que não desista de mim e que me faça sentir que sou realmente importante e necessária". - Iandê Albuquerque

Obs.: Não fui eu que escrevi o texto, mas ele diz tudo o que eu gostaria de dizer, por isso o coloquei aqui e entre aspas...



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sábado, 7 de maio de 2016

#NaPaula, o Dia das Mães e o ser mãe...

Eu tenho três filhos, como você sabe: Filipe, prestes a fazer 14 anos, Fernanda e Eduarda, as gêmeas mais lindas da minha vida, com 2 anos e (quase) 3 meses. Ser mãe deles é assustadoramente fantástico e explico:

Filipe é aquele pré-adolescente típico, que acha que sabe tudo, acha que não precisa de ninguém, que acha que o mundo só começou a existir a partir do dia que ele nasceu ("mãe, na sua época tinha televisão?!?"). Vejo-o passar horas e horas agarrado ao celular, distraindo os olhos nas conversas de grupo do whatsapp ou em jogos de tiros (o-d-e-i-o) ou no ~feice~, vendo os mais diferentes vídeos, dos mais idiotas aos mais legais (acho bem pouco os "legais"). E sabe o que percebo? Eu também era assim! Não tinha internet, óbvio, então eu ficava "agarrada" ao rádio (3 em 1, meu bem, coisa de última geração!), esperando minha música preferida tocar pra eu poder gravar na fita cassete e ouvir no meu walkman que minha mãe havia encomendado à vizinha que trazia quinquilharias do Paraguai. Todo mundo teve, tá, não ri de mim, não!!! Na minha época, a gente tinha diário, escrevia o dia inteiro nele e trancava com cadeado. Eu também ficava deitada olhando pro nada. Pro nada. Eu era estranha! Hahahaha...

Quando descobri a gravidez das meninas (que até então achava ser um bebê só), fiquei desnorteada por várias razões. Uma delas é a mais boba: vou saber ser mãe de novo? "Como assim, NaPaula, você já era mãe, esqueceu?!?". Pois é, já era. Mas como seria ser mãe de novo depois de ter esquecido como era não dormir mais, se o choro era de fome, cólica, vontade de ficar no colo ou nada, só choro mesmo?!? Como era trocar fralda de novo, limpar "pepeca" (quem teve menino e, depois, menina, entende essa questão kkkkk), dar peito pra duas?!?

Pois é... Reaprendi muita coisa com Nanda e Duda, sabe. Muita mesmo. Redescobri minha força, aprendi a dormir apenas 40 minutos por noite e a dormir sentada, apesar de acordada. Lembrei de como era ter o peito rachado por conta da amamentação, e como a necessidade de alimentar a cria me fazia trincar os dentes e deixá-las felizes. A segunda gestação me fez menos estressada com muitas coisas e mais prática também. Não comprei aqueles conjuntos de berço pomposos, lindos e caros, porque já sabia que o pediatra mandaria tirar e que, no fundo, são apenas bonitos, mas juntam muita poeira. Que o banho podia ser quentinho no chuveiro e que não precisava ferver água, soprar, colocar termômetro depois dos 3 meses... Com Nanda e Duda, perdi noites de sono em dobro, tive sono ao quinteto durante o dia, mas ganhei em quantidades imensuráveis beijos, abraços e "mamãs".

O Dia das Mães é todo dia, a gente sabe, porque só quem é mãe entende a rotina pesada de uma mulher que precisa gerenciar vidas tão preciosas e das quais terá que dar conta um dia. Mas é muito bom ter um dia só nosso pra ter mimo à vontade (mimo = poder não fazer nada, porque, esse ano, não dei dinheiro pra comprar presente).

Talvez você não tenha filhos ainda e, por isso, ache chato alguns cuidados que sua mãe tenha com você. Talvez você deteste o jeito dela te proteger, não entenda o porquê dela falar sempre a mesma coisa e pensa que tudo é um blá-blá-blá desnecessário. Normal, eu também pensei assim até os meus 27 anos. Mas tudo mudou naquele dia 29 de junho de 2002, às 23h05, quando Filipe me foi entregue nos braços, depois de quase 12h de trabalho de parto. Nasceu com 51cm, pesando 3520kg. Um meninão! E assim que a enfermeira o colocou no meu colo, ainda todo sujinho, daquele jeito mesmo eu o beijei e o cheirei, e aquele registro entrou imediatamente no meu cérebro e o botão "mãe" foi ligado. Chorei copiosamente e entendi, naquele exato momento, o que minha mãe sentia quando brigava comigo, querendo que eu escolhesse o certo, fosse uma boa pessoa, não andasse com "fulana": amor. Um amor maior que nós mesmas, um amor inesgotável, um amor que jamais teremos por ninguém. E, baixinho, eu disse: mãe, agora eu te entendo! Me perdoe...

Eu tive a oportunidade de contar isso pra minha mãe depois. E ela ficou com os olhos cheios d'água. Mas você não precisa esperar ser mãe para, amanhã, dia dela, entendê-la um pouco mais. Não espere ser mãe para respeitá-la. Não espere ser mãe para parar de revirar os olhos e fazer careta enquanto ela fala pro seu bem o que ela pensa.

Nós, mães, não recebemos manual de instrução quando os filhos nascem. A gente erra, erra muito. Dá amor demais ou de menos, dá broca demais ou de menos, dá colo de menos ou demais, dá presente pra compensar ausência, dá poucas horas de atenção, porque trabalha muito... Mas a gente erra querendo acertar, você vai descobrir isso mais pra frente. Aproveite pra perdoar sua mãe também. Talvez a história de vida dela a tenha endurecido muito e ela não conseguiu ou não consegue ser como aquela mãe melosa da sua colega. Mas é sua mãe. Seja você uma mãe diferente quando tiver seus filhos.

E talvez você não tenha conseguido ser mãe de maneira natural. Talvez você tenha adotado ou preferido cuidar de um sobrinho como se fosse seu filho. E ele é! Nasceu no seu coração, não veio da barriga. Você não deu peito, mas o alimentou com o mesmo amor. Você não esperou por 9 meses, mas o espera chegar da escola com a mesma preocupação e felicidade. Você é mãe!

Talvez você não tenha mais o seu filho. A dor que ninguém quer sentir você sentiu. E eu só posso te abraçar virtualmente agora e dizer: você experimentou o maior amor de todos. Nunca deixará de ser mãe, mesmo não tendo o fruto do seu amor nos seus braços ou perto. Você é mãe!

Talvez você não tenha mais mãe. Talvez ela tenha partido quando você era pequeno. Talvez tenha sido recentemente. As mães sempre vão cedo demais, por mais idade que tenham. A gente sempre cabe no colo delas, né, sempre há beijos, mesmo sendo nós adultos. Tem carne cortadinha, tem a comida preferida, tem o amor... E você a amou e foi amada, e isso não tem tempo que leve...

Enfim...

Ser mãe é muito bom. Cansa, desanima, dá vontade de sair correndo, dá vontade de dar uns tapas, dá vontade de dar uns gritos... Mas é muito bom. Você gasta uma grana fenomenal, você faz conta, ajusta finança, mas é muito bom. Você não faz mais os passeios que faz, mas faz passeios novos. É bom. Você se vê "velha" diante de palavras novas ou de coisas que você fazia e que hoje é "mico". Mas é legal. Ter a casa cheia de coleguinhas do filho te chamando de tia é dose, mas é bom ver que eles gostam de você e falam "sua mãe é maneira". ("Maneira" ainda é algo legal, né?!?)

Enfim...

Ainda terei muitos Dia das Mães pra comemorar. As festinhas do Filipe acabaram, mas voltei a me emocionar vendo Nanda e Duda dançarem uma música que elas não fazem idéia do que a letra diz, mas que só o sorriso delas traduz tudo!

Amanhã, minha mãe vem almoçar comigo. Farei o almoço. Nada muito rebuscado, mas terá gratidão, abraço, uma mesa com alimento e um dia feliz. O mesmo dia que eu desejo que você tenha!

Feliz Dia das Mães!





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segunda-feira, 2 de maio de 2016

NaPaula, a surpresa e a surpresa...

Havia sido um dia daqueles, e ela não via a hora de ir para casa. Olhou novamente o relógio: 18h30. Todos já tinham ido... Desligou o computador, deu uma ajeitada na mesa, apagou as luzes, deu uma última olhada em tudo e fechou a porta.

De sua sala até a saída, ela pensou no trajeto pra casa, nas coisas que precisariam ser feitas, naquela blusa que tinha visto na loja, mas não comprou (puxa, o preço estava bom, né, acho que volto lá amanhã...), em um sapato novo, no mercado que precisa ir... Até que uma "visão" parou todos os seus pensamentos... Ali, à sua frente, um sorriso lindo a esperava com uma florzinha na mão. "Vamos dar uma volta?", ele perguntou. E ela respondeu retribuindo com seu melhor sorriso, segurou a sua mão e entrou no carro. Saíram meio que sem destino certo. O trânsito entendeu o clima e engarrafou, só para que o tempo pudesse demorar a passar. Enquanto ele dirigia, ela contava como tinha sido o seu dia. Ele prestava bastante atenção e admirava seu senso de humor ao contar coisas chatas do cotidiano. Ela também o observava dirigindo e, entre uma frase ou outra, passava a mão no seu cabelo e no rosto, aquele carinho que ela sabia que ele adorava.

Pararam em um barzinho à beira-mar. A noite fresca os convidava a olhar a vista do lado de fora. Escolheram uma mesa, pediram algo pra comer e ficaram bem juntinhos, como se agradecessem por terem um ao outro. Depois dos inúmeros carinhos, ela disse que havia amado a surpresa, que estava muito feliz por estar com ele ali e que ele poderia fazer isso mais vezes. Ela segurou o rosto dele com as duas mãos, o olhou fixamente e o beijou, aquele beijo de amor tão intenso que até as almas se tocam. E ele também a beijou, a acolheu nos seus braços e a envolveu, dizendo: você é muito especial pra mim... 

E só depois se deram conta do tempo que o tempo passou. 

"Preciso ir, você sabe", disse ela. "Tudo bem...", disse ele um tanto quanto inconformado...

Ele pagou a conta, ela pediu um doce. Entraram no carro, risos tão felizes... A mão no cabelo, a conversa solta... O trajeto pareceu mais curto pra eles... Pararam em frente à casa dela. A necessidade de ir era proporcional à vontade de ficar. Ele soltou o cinto, a abraçou novamente, deu-lhe outro beijo, encostou a testa dele na dela, se entreolharam... Ela fechou os olhos, o abraçou e lhe deu um beijo no rosto, e ali ficou... Segundos que não passavam... "Preciso ir...", ela disse. 

Um dia não haveria mais despedidas... Quando? Ela não sabia...

Ele saiu do carro, na tentativa de prolongar o instante. Ela abriu a bolsa, pegou a chave, ele a abraçou por trás e sentiu aquele cheiro de cabelo limpo que ele tanto gosta nela... A virou de frente pra ele, deu um outro abraço, só porque sabe que ela adora, e a beij...

- Moça! Moça!...

Ela abre os olhos sobressaltada! "Sim, oi, o que houve?!?"

- Chegamos...

Ela reconhece o portão, mas não há ninguém ali. Não há ninguém com a flor, não há sorrisos e nem abraços de amor... Paga a corrida, desce do táxi, abre a bolsa, pega a chave... Olha ao redor e entra. "Ah, NaPaula, um dia tudo se acerta", pensou.

Um dia.




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