quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

NaPaula, os 4.1 e tudo o mais...

Depois de 29 de junho e 17 de fevereiro, quando seus filhos nasceram, a data que ela mais ama é o dia de hoje: 25/2.
Há exatos 41 anos, nascia um bebê do sexo feminino, pesando pouco mais de 3500kg e com 40 e poucos centímetros. Na certidão, está escrito que ela é da cor parda, mas a julgar pelo sorriso que ela tem hoje, ela é multicor, multicolorida, multipele.
Não foi fácil chegar até aqui, alguns sabem da história: quase abortada, quase abandonada, quase. Quase que ela chora ao escrever tudo isso. Quase que ela pensa que não é bom lembrar de coisas ruins em um dia tão alegre. Quase.
Mas ela chora (essa imagem de fortaleza, às vezes, é truque!), mas não é de tristeza: é de gratidão. As lágrimas que descem enquanto ela digita a fazem recordar os lugares secos que atravessou: não foram poucos, mas foram necessários. Foram eles que forjaram o que ela é hoje: valente, determinada, forte, orgulhosa e feliz.
NaPaula não sabe o que a espera hoje, nem amanhã. Mas ela tem a certeza de que, seja o que for, quem a guarda não dorme, e Ele já preparou um caminho de paz e felicidade do jeito que ela sempre sonhou, quis e merece.
E lá foi ela viver esse dia que é só seu e de mais ninguém.
Boa sorte, NaPaula! A gente torce por você! Feliz 41! Rumo aos 120!

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NaPaula, sua chance e o porquê dela amar aniversário...

Junho de 1974. Grávida de quatro meses, uma jovem de 24 anos, desamparada pelo companheiro e pressionada pela família, é levada a uma clínica de abortos, em Botafogo, na zona sul carioca. No local, várias grávidas. Ela é apenas mais uma... À sua frente, uma mulher se levanta e entra na sala macabra, aparentando ter uns seis meses de gestação... 

A jovem espera a sua vez. Na cabeça, ecoam doloridas palavras: "Tira mesmo, essa criança vai ser um estorvo na sua vida! Você é tão nova..."

Quase uma hora depois, a mulher que entrara na sala sai... de barriga vazia! A cena chocante assusta tanto a jovem que ela sente, pela primeira vez, seu bebê mexer, mas já era a sua vez de entrar. Ela passa a mão na barriga, respira fundo, levanta-se e caminha em direção à saída: havia decidido pela vida!

A gravidez não é fácil, nada pra ela foi. Mãe solteira, passou por inúmeras dificuldades: ninguém aceitava uma menina com filho, principalmente nas vagas onde ela procurava para morar. Diante da necessidade de trabalhar para sustentar a si e ao bebê, ela deixa a criança em um orfanato. Foi uma decisão difícil. Seu coração de mãe sangrava sempre que a noite caía. Tantos problemas, tanta luta. Poderia ter abandonado a criança lá, como muitas mães da instituição fizeram. Mas, assim que ela pôde, voltou para buscá-la. Foi o melhor (re)encontro da vida de ambas.

O tempo passou, as dificuldades continuaram, mas mãe e filha, agora, estavam juntas.

A criança cresceu. Virou adulta, venceu! A criança... sou eu! Por isso, todo dia 25 de fevereiro, comemoro meu aniversário com a intensidade que ele merece: com muita alegria, com muita festa, com muito sorriso e, principalmente, com muita gratidão à minha mãe e a Deus. Não queriam que eu estivesse aqui, mas eu estou! 

#NaPaulaFaz41 

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

#NaPaula, a curiosidade e o "esse não"...

Sentada, computador à frente, tarde da noite, ela já deveria estar dormindo, né, mas não: tá de bobeira e resolve entrar no "aplicativo". Roda, roda, roda, atualizando, pah, entrou! No fundo, sabe que ali não tem "futuro", mas a curiosidade é uma desgraça...
Vamos aos perfis (35 a 45, né, pra não ir ao berçário e nem cair em centros geriátricos - perdoe se você não se "encaixa" em uma delas, ok?)... Bem... Hum... É... Olha, olha, olha:
Esse não: o rosto está muito "grande" na foto (gente, dá uma distância!). Esse não: cheio de gente na foto, não dá nem pra saber quem é a pessoa. Esse não: está de óculos escuros (por favor, é preciso avaliar o conjunto!). Esse não: sei lá, não curtiu. Esse não: hahahaha dizendo que é um típico representante do signo X. Gente, ainda tem que leia isso e não tenha vergonha de dizer publicamente? Esse não: quer ter filhos! (cota populacional já cumprida). Esse não: foto de sunga?!? E esse sinal de "hang loose" dos anos 80?!? Bleeergh! Esse não: mostrando mais os bíceps sarados do que outra coisa, provavelmente o cérebro não acompanha esse "crescimento". Esse não mesmo: escreveu "concerteza" hahahahaha Com certeza, ela passa longe! Esse não: "comprometido". Nem merece explicação. Esse não: hum, é conhecido (pra falar com conhecido ela chama no Facebook!)
Esse não: tirou foto com uma parede de tijolo mal acabada atrás... Esse não: foto com língua de fora? Deve ser derrame... Esse não: foto com copo na mão, lata na mão, 'doidão' na night... não merece dois segundos dos meus olhos...
Esse não: pera, pera, pera... parece interessante... hum, escreveu direitinho; hum, fotos normais; hum, trabalha, né, é o mínimo; ah, gosta de praia, de passear, de criança! Não quer ter filhos (já tem, ufa!). Já foi casado... Bem... Coração! Vai que, né? De repente, ela nem passou na lista dele, ou ele tenha visto e não gostado e... It's a match!!! E agora, manda mensagem? Espera receber? Dá boa noite? Deseja uma boa semana? Fica olhando pro celular... Olha as fotos de novo... Own, que fofo, bem que ele é bonitinho,né? (E já pensa nos dois passeando na Lagoa - gente, sempre a Lagoa, que coisa!). Já pensa em como vai apresentar pra família (mas nem se falaram, como assim "família"?). Cinema, restaurante, shopping, onde vão se ver? (volta pra terra, criatura, ele pode ter uma voz horrível, pode ser baixinho (tá, não parece), pode ter um péssimo gosto musical, pode ser isso, pode ser aquilo... e, de repente, pode ser que nada aconteça).

É... E, mais uma vez, ela pegou um filhote de expectativa, colocou naquela casinha que estava desocupada e decidiu criar. Mais uma vez?!? É, ela não aprende... Ou sim? Só os próximos capítulos dirão...

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

NaPaula, a máquina do tempo e Nanda e Duda...

A ciência pode até negar, mas nós, mães, inventamos a máquina do tempo há anos, e ela se chama "aniversário do filho".

Quer testar? Pergunte àquela que lhe deu à luz como foi o dia em que você nasceu. Ela vai parar o que estiver fazendo, vai olhar pro bebê dela novamente, lhe dará um sorriso lindo e contará, com riqueza de detalhes, tudo que aconteceu naquele dia - e até na véspera!

Ela vai dizer a você como ela estava vestida, o que comia quando as dores começaram, como foi chegar ao hospital (se é que você esperou até lá!), o medo da anestesia ou a dor lancinante do parto normal. E, com os olhos cheios d'água, ela vai se lembrar do seu chorinho e daquele mágico momento em que ela te viu pela primeira vez e já decorou todos os seus traços, inclusive seu cheiro único e especial.Pode ser que haja detalhes mais dolorosos, pode ser que ela não estivesse tão feliz, pode ser. Mas, no exato momento em que você foi posto em seus braços, tudo, absolutamente tudo, se tornou infinitamente relativo: só você, aquele serzinho tão indefeso e que exigiria cuidados extremos, importava. Talvez ela tenha chorado. Provavelmente, agradeceu a Deus, apenas balbuciando, por você ter vindo.

E é exatamente assim que me sinto hoje, quando Nanda e Duda completam 2 anos. Dois anos, gente, como passou rápido. Ainda consigo me ver acordando às 6h40 daquela segunda abafada. Estava muito cansada e inchada, muito mesmo. Eu já andava com dificuldades e sabia que poderia ser a qualquer momento, mesmo o parto estando marcado para a sexta, 21, 19h. Eu desci as escadas da minha casa devagar, minha mãe havia feito cuscuz amarelo e café, e, apesar da fome, senti um enjôo muito forte.

Me sentei à mesa, tomei o café e, ao me levantar, senti um tsunami descer pelas minhas pernas. Por um segundo cogitei o que toda grávida pensaria: fiz xixi! Mas algo lá dentro já sabia: não era. Havia chegado a hora.

Dei um sorriso e falei para o pai das crianças à minha frente: "avisa que você não vai trabalhar, pois a bolsa estourou!". Minha mãe, na pia, quase quebrou o copo (kkkkkk). Eu estava calma como nunca, o que é um relato bem recorrente entre as grávidas rs, e subi para me arrumar. Liguei pra médica, pras meninas do trabalho, corri pra postar a notícia no Instagram (obrigada, internet!) e liguei para a minha amiga-chefe. O pai não sabia para quem ligava primeiro: trabalho, mãe, corpo de bombeiros, exército... Eu já havia deixado tudo pronto. Tomei meu banho, pedi a Deus que corresse tudo bem, que desse tempo de chegar, aquelas coisas. Fiz as unhas do pé e da mão antes de ir (passei só a base, calma!), passei na casa da outra vovó, que também já estava aflitíssima, e partimos rumo à maternidade na Tijuca. Eu nada sentia: nenhuma dor, nenhuma pontada, nada. Só não entrei andando na maternidade porque as pernas doíam muito e eu morria de medo de que uma das meninas caísse de mim (olha as idéias!).

Exames feitos ("a bolsa está rota mesmo, vão nascer", disse a médica), era hora de esperar a obstetra. E, às 11h, aquela dor que eu já conhecia deu seus primeiros sinais: Fernanda, que havia rompido a bolsa, se encaixara pra nascer, só que Duda estava sentada! Às 13h, quando minha médica chegou, decidiu-se pela cesárea, já que não havia como garantir que minha 02 virasse para nascer. Mas tinha um problema: como o parto não estava programado, foi de "emergência", a equipe da dra Rosa não estaria disponível antes das 19h. Bateu o desespero: a dor só aumentava e se tornava quase insuportável. 

Mas Deus foi bom, como sempre é, e tudo deu certo: às 16h11, pesando 2.590kg de muita gostosura, Fernanda chegou. Aquele chorinho lindo me fez chorar também, mas, nessa hora, era de alegria. Às 16h14, pesando 2.450kg de fofurice, minha pequena Eduarda vinha para os meus braços. A partir daí, os sons ficaram confusos, a sonolência foi inevitável e eu só acordei no quarto, lá pelas 20h.

Minutos depois de nascerem, Nanda (à esquerda) e Duda bem pertinho de mim. 

Primeiras horas no hospital. Tão pequenas, tão lindas, tão amadas!

E se passaram dois anos disso tudo... Dois anos! A Terra deu duas voltas em volta dela mesma, pensa!

Os primeiros dias em casa foram tensos. Os primeiros meses também. Cuidei delas sozinha logo após a separação. Muitas vezes, tinha que escolher quem iria mamar e quem iria chorar, pois não havia ajuda na madrugada. Mas tudo passa, e vencemos juntas essa pequena jornada de 730 dias.
Minhas gatinhas com uma semana de vida! 

Quando descobri que estava grávida, e de gêmeas!, perguntei: "Por quê, Deus, por quê? Passei um ano tentando e nada, e agora, que não era hora de jeito nenhum, no pior momento da minha vida, isso acontece?!? O Senhor errou". Não veio resposta, não naquela hora. A resposta veio quando, cansada, extenuada, querendo sumir, elas me sorriam, e toda a força voltava novamente. A resposta veio quando, me sentindo tão só para uma missão tão grande, elas me estendiam os braços e diziam: "mamã, mamã". A resposta tem vindo todos os dias, quando me levanto a cada manhã e olho aqueles dois berços no quarto ao lado. E hoje, apesar de todas as dificuldades, ao olhar para elas, dou um pequeno sorriso, respiro fundo, olho pro céu e digo a Deus: Obrigada, o Senhor estava certo, eu precisava delas!


Nanda, Lipe e Duda: meus amores para a vida toda! 

Duda e Nanda na casa da vovó Leo: charme para os flashes!
Puxamos a mamãe: amamos praia!

Parabéns, meus amores, mamãe ama vocês para sempre... #NandaEDuda

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